Que tal seguir os bons exemplos?

Em algumas cidades do Brasil, há gente séria. Pena que, em Santa Catarina, a Educação não é nem o último item em que o governo pensa em investir. Quem investe em Educação e leitura vai longe, melhora a sua qualidade de vida e de sua comunidade. Leia o que diz Moacir Pereira em sua coluna no Jornal de Santa Catarina de 28/05/2011:

28/05/2011 | N° 12265

MOACIR PEREIRA

moacir.pereira@gruporbs.com.br

O poder do livro

Todo mundo conhece a célebre lição de Monteiro Lobato: “Uma nação se constrói com homens e livros”. Atualizando: “Uma nação se constrói com educação”. Tratando-se de uma verdade tão absoluta abraçada por todos os candidatos e em todas as eleições como “prioritária” fica sempre a mesma dúvida. Por que, afinal, depois de tantas provas incontestes dadas por inúmeros países que apostaram e se deram muito bem investindo tudo na educação, os governantes não dão efetiva prioridade à educação? Por que, ao contrário, os problemas, em geral, só se agravaram nos últimos anos?

O município de Ribeirão Preto tem experiências notáveis que merecem atenção nesta área. Ali ocorre até o dia 6 de junho a mais diversificada, envolvente e participativa promoção cultural do gênero: a 11ª Feira Nacional do Livro. Este ano, Santa Catarina é o Estado homenageado, com espaço nobre. Na imensa praça central, junto do histórico Teatro Pedro II, o segundo maior teatro de ópera do Brasil, a Santur montou um estande simples, mas bonito e criativo. Uma sala de biblioteca, com livros de autores catarinenses, onde a talentosa escultora Mariana Thaler, produz maravilhas de escultura em cedro e nó de pinho de Treze Tílias e a rendeira Silvia Vieira, da Lagoa, produz com mãos ágeis as belas rendas de bilro. Há, também, intensa divulgação da Oktoberfest, com exibições da banda Amigos da Música (Blumenau) e do folclore lageano, com o Barbicacho Colorado.

Santa Catarina marcou presença na abertura oficial com referências elogiosas da prefeita Darcy Vera e dos organizadores.


Comunidade

Mais de 100 mil livros deverão ser vendidos este ano na Feira de Ribeirão Preto. Como? 100 mil estudantes das escolas públicas recebem o “cheque-livro”, uma experiência criativa do empresário Maurilio Biagi Filho, patrono da feira este ano. Seu grupo empresarial distribuiu na primeira edição 30 mil chequinhos para as crianças da rede municipal. Este ano o benefício abrange as 43 mil estudantes municipais e os 57 mil alunos da rede estadual, por decisão do governador Geraldo Alckmin. Todos os cheques no valor de R$ 18 emitidos com o nome da criança e da escola. Os estudantes que desejarem comprar livros mais caros pagam a diferença, sem problemas.

É a mais diversificada feira de livro do Brasil. A maciça presença de centenas, milhares de estudantes de todas as escolas circulando pelos imensos estandes é o sinal de esperanças nas novas gerações.

O envolvimento da comunidade é um espanto, a começar pelos maiores empresários da região, todos contribuintes do grandioso evento cultural. Este ano, o usineiro Maurilio Biagi vai levar os catadores de cana para visitas à feira, também com um cheque para compra de livros.

Ribeirão Preto exibe um índice de leitura que é orgulho nacional: 8 livros por habitantes, um dado excepcional, considerando que o Japão tem 11 livros por habitante. O melhor resultado da feira, contudo, está numa pesquisa desta semana: o índice de aprovação do ensino municipal pela população é de 98%. E todos têm prazer em proclamar que ali o ensino fundamental é de qualidade há muito tempo.